Disciplina - Química

Drogas - Informações Gerais - Tratamento

O tratamento da dependência de drogas tem recebido atenção da psiquiatria desde que a dependência foi acentuada como doença. São várias as modalidades propostas de tratamento.

Tratamento clássico
A internação tanto em hospital psiquiátrico, assim como em unidades especializadas é um modo de tratamento clássico que se baseia na expectativa de que impossibilitando o acesso do dependente ao álcool e outras drogas ele teria possibilidades de se afastar definitivamente delas. Esta é uma das modalidades mais utilizadas no meio.

Um dos problemas da internação é o seu custo elevado. Exige cuidados intensivos e tem altos custos indiretos por afastar o paciente de seu meio e impedir de trabalhar durante este período. Além disso, não tem efetividade superior a de tratamento ambulatoriais e contribui para estigmatização dos pacientes.

Tratamento psicoterápicos

São inúmeros e vão desde a psicanálise até técnicas cognitivos – comportamentais. A psicoterapia pode ser:
  • Individual ou grupal.
  • Breve ou sem duração limitada.
  • Intervenções envolvendo seus parceiros (terapia de casal) e ate toda sua família.
  • Intervenções com envolvimento do ambiente de trabalho.
A psicanálise continua sendo utilizada como modelo de tratamento de dependentes a despeito da falta de evidências de sua efetividade nesta área.

Tratamento medicamentoso

Tentativas de tratamento medicamentoso são inúmeras:
  • Tratamentos aversivos.
  • Substituição de uma substância por outra para diminuição de prejuízos associados (heroína por metadona, por exemplo).
  • Medicamento para diminuir o desejo de consumir substância.
  • Medicamentos antagonistas.
Outra modalidades

Aconselhamento pelo Clínico Geral ou por enfermeiros fora de programas específicos para dependência, também foram descritos como tendo algum sucesso. Os grupos de mútua ajuda, como os Alcoólicos Anônimos e os Narcóticos Anônimos, merecem destaque por terem grande divulgação e abrangência.

Aspectos gerais da efetividade dos tratamentos

Já que não é possível listar todos os tratamentos, passa-se, então, a discutir alguns aspectos gerais acerca de sua efetividade, que é considerada baixa. A avaliação da efetividade dos tratamentos também contribui para sua seleção, embora devesse ser o parâmetro principal, isso não ocorre.

Um dos contribuintes para isso é, sem dúvida, a dificuldade em determinar a efetividade das diversas modalidades terapêuticas existentes. Embora esse tema tenha recebido especial atenção pela literatura especializada nos últimos anos, há muitas questões ainda por resolver.

A determinação de existência deste ou daquele tratamento obedece a vários critérios:
  • Moda, cuja tradução é a da crença de que aquele tratamento é eficaz.
  • Política de custeio de tratamento. Em geral tratamentos mais baratos são preferíveis, mas estratégica de “marketing” podem inverter essa regra.
  • Existências de profissionais habitados para implementação deste ou daquela modalidade terapêutica.
Parâmetros de efetividade do tratamento
  • Intervalo de tempo considerado. Avaliações em prazos muito curtos tende a ter melhores resultados que avaliações em períodos mais longos.
  • Recursos disponíveis para tratamento. Não adianta propor determinada técnica de intervenção se não há profissionais habitados para desempenhá-lo adequadamente.
  • Riscos que se considera admissível face à gravidade da doença do paciente. O tratamento não pode acarretar riscos maiores que a doença.
  • Substância em questão. Diferentes substâncias levam a diferentes consequências que definem diferentes estratégias de abordagem.
  • Características do paciente, e este parece ser um dos principais determinantes da efetividade dos tratamentos. Estas características vão desde traços estáveis, como sexo, até fatores muito instáveis.
De maneira geral, a efetividade terapêutica tem sido mais estudada na dependência do álcool que na dependência de outras drogas, pois a dependência alcoólica pode trazer uma série de complicações (síndrome amnésica, síndrome de abstinência, etc.), inclusive risco de vida.

O mesmo não ocorre na mesma escala com a dependência de cannabis. Assim sendo, o tratamento da dependência do álcool deve levar em conta, por exemplo, o tratamento medicamentoso da síndrome de abstinência, o que não é necessário na dependência de cannabis. A literatura acerca da afetividade terapêutica é muito mais abundante para dependência do álcool do que para dependência de outras substâncias psicoativas.


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