Química
05/05/2010
Nova tecnologia antidopagem assegura 'cerco fechado' na Copa da África
Por: Marcio Monteiro - UOL NotíciasDesde Maradona, um jogador não é surpreendido no exame antidoping em Copas. A responsável pela tecnologia das análises nos atletas é a Agilent Technologies, principal empresa de mediação do mundo, que apresentou nesta terça-feira o novo procedimento, mais veloz e eficaz, que será realizado no Mundial da África do Sul.
Com mais de 30 anos de experiência em eventos esportivos, a empresa divulgou o novo método, com utilização de sistemas de cromatografia líquida e gasosa e de espectrometria de massa* que aumenta a velocidade de atuação da máquina e sua sensibilidade quanto às substâncias inseridas, garantindo uma possibilidade quase que nula de doping.
“A grande preocupação da Agilent é fazer com que o processo ocorra mais precisamente e de maneira mais rápida”, falou o gerente geral de sistemas de medições analíticas da empresa no Brasil, Reinaldo Castanheira. “A maior diferença é que hoje a máquina está mais veloz (em relação à utilizada na Copa de 2006)”.
“Hoje ela é 30 vezes mais rápida e cinco vezes mais sensível. Substâncias que antes acusariam resultado negativo para o doping, agora podem dar positivo. Teremos mais precisão nos resultados com esta maior sensibilidade”, explicou Renato Abreu, especialista de produto da Agilent.
Para 2010, a WADA, Agência Mundial Antidopagem, definiu nove classes de substâncias como proibidas: estimulantes, narcóticos, agentes anabolizantes/esteróides, diuréticos, hormônios peptídeos e compostos relacionados e outras drogas restritas. Por não ter um método de coleta invasivo, a urina é a fonte mais comum de amostra para testes antidoping.
Neste ano, a Fifa já informou que os médicos da entidade farão visitas sem aviso prévio na etapa de preparação das 32 seleções entre 10 de abril e 10 de junho, véspera da abertura do Mundial. Já durante os 64 jogos da Copa, dois atletas de cada equipe serão sorteados para os exames após as partidas.
O grande caso de dopagem ocorreu em 94, quando o astro argentino Diego Armando Maradona foi flagrado no exame antidoping na partida entre Argentina e Nigéria na primeira fase. Em sua urina foram encontradas efedrina, norefedrina, pseudoefedrina, norpseudoefedrina e metaefedrina, o que lhe acarretou uma suspensão de 15 meses pela Fifa.
Segundo os especialistas da Agilent, a nandrolona é a substância mais acusada nos exames. Ela tem como um de seus principais objetivos aumentar a massa e a força muscular da pessoa. Desde 1994 foram realizados 6.483 análises antidoping em competições da Fifa, com apenas três casos positivos.
Este conteúdo foi publicado em 05/05/2010 no sítio www.uol.com.br. Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor da matéria.